quinta-feira, 23 de junho de 2016

10 hábitos seus que farão de seus filhos obesos.







Por Psicólogo Douglas Amorim

        A forma como nos relacionamos com a comida é aprendida. Quando criança não temos o pensamento crítico suficiente para compreendermos como estamos estruturando o nosso próprio pensamento. E assim sendo, absorvemos o que conseguimos dos hábitos de nossa família. Passamos a nos comportar diante da comida com uma questão afetiva. Decidi fazer essa lista por considerar que é responsabilidade dos pais ensinar seus filhos à se relacionar de uma forma saudável com a comida.
Sou um ex obeso, perdi cerca de 65kg após realizar uma cirurgia.

1)      Elogiar quando o filho come tudo.
         Essa é uma prática dos pais. Acreditam que comer tudo o que está no prato é a forma correta de se alimentar. E não é. Comer correto é fazer escolhas saudáveis e comer conforme a fome. Se você estimula ele a limpar o prato, você não está permitindo que ele descubra qual é o tamanho da fome dele. Elogie quando ele come certo, verduras, frutas, quando bebe água.

2)      Perguntar se ele quer mais.
       Acredite, se ele desejar mais comida irá te informar. O hábito de repetir irá fazer com que ele sempre deseje repetir. Mesmo sem fome. Muitas vezes sem até vontade, só pelo fato de acreditar que é esse o correto.
   
3)      Falta de horário
       Se as refeições não tiverem horário, e isso inclui as sobremesas (biscoitos, bolos, iogurtes, etc.), será mais difícil controlar o horário deles desejarem o alimento. Se houver uma rotina alimentar, muito bem desenhada e exposta à criança, ela se encaixará. Se não há horários para eles dormirem também irá fazer com que a rotina se quebre, que deseje comer até tarde e acorde sem fome.

4)      Comer fora da mesa.
        Se alimentar na mesa faz com que a criança preste atenção no que está comendo. Ela se relaciona com comida de forma mais cerimoniosa. Aprende que aquela é a hora para se alimentar, e também não se distraem com outros estímulos, como a tv por exemplo. A saciedade tem a ver com percepção, se o foco for outro que não o alimento, com toda certeza irá comer um volume muito maior de comida.

5)      Achar bonitinho ele ser “gordinho”
         Se você associa beleza à um padrão físico, por uma questão de autodefesa, caso seu filho já esteja acima do peso, acabará dizendo que ele é bonitinho sendo gordinho. Isso cria uma imagem na cabeça dele. A comida acaba tendo um aspecto afetivo de se manter gordinho porque assim é bonito, porque os pais acham bonitinho.

6)      Não ensinar a diferença entre fome e vontade de comer
         Isso parece algo óbvio, mas muitas crianças não sabem essa diferença. Ensine seu filho como é a dor da fome. E que há apenas a vontade de comer. Se houver uma rotina alimentar, ele saberá controlar a vontade comer para saciá-la nos horários das refeições.

7)      Não criar rotina de exercícios ao ar livre
          É importante ensinar sobre as atividades físicas. Incentiva-lo a encontrar uma atividade que lhe dê prazer e apoiá-lo em sua escolha. Isso se faz criando rotinas de passeios em parques, clubes, pistas de caminhada. Ou, ao menos comprando uma bola, instalando uma cesta de basquete no quintal.

8)      Associar lazer/passeios à comida.
         Ir ao shopping fazer compras, ir ao cinema, ao circo, ao teatro, à festas, realizar viagens, é associado à comer muito? É associado à comer coisas de alto teor calórico e em excesso? Possivelmente seu filho irá aprender isso e replicar sem crítica esse hábito.

9)      Pular refeição.
        Eu sei que você já ouviu isso de muitos profissionais Nutricionistas, por isso  mesmo devo reiterar, não se deve pular nenhuma refeição. E isso inclui o café da manhã. Esse hábito é importante para a criança dar significado de fome às refeições. Que a vontade de comer pode ser controla e saciada nesses horários específicos. Importante organizar-se para que sempre tenha a possibilidade de alimentar as crianças quando estiver fora de casa. Talvez carregar frutas, ou outros alimentos também saudáveis.

10)   Usar o alimento como compensação ou prêmio
        Se você utiliza o alimento como prêmio para algum comportamento da criança, estará associando a comida à merecimento. O pensamento da criança será estruturado à possível “eu mereço esse bolo”, “eu mereço essa batata frita”. E nesse sentido a comida será utilizada como compensação afetiva ou como válvula de escape.


       Lembre-se, seu filho não sabe muitas coisas que você sabe. E todas essas dicas precisam ser observadas. O que você tem ensinado à seus filhos no que tange alimentar-se? Talvez ele esteja perdido nesse sentido, e se faz necessário que você ensine. Um filho obeso é responsabilidade dos pais e se hoje você acha “bonitinho”, saiba que ele sofrerá muito por estar fora do peso. Não ceda quando ele chorar pra comer fora do horário. Mantenha a rotina alimentar, ele logo aprende e no futuro com toda certeza irá lhe agradecer. Você quem sabe o melhor para eles.

Faça download grátis do meu e-book: Comportamento Bariátrico: Tudo o que você precisa saber sobre Cirurgia Bariátrica para manter o controle emocional.



Douglas Amorim é psicólogo, atende em Cuiabá crianças, adolescentes, adultos. Coordena um grupo terapêutico para pacientes no pré e no pós-operatório da cirurgia bariátrica. Há 3 anos realizou a cirurgia bypass e emagreceu 65kg.
 Realiza atendimento online e publica diariamente frases e pensamentos no perfil do Instagram: www.instagram.com/umpsicologoemcuiaba
Agendamentos de consulta pelo WhatsApp 65 9 9293 9445



domingo, 19 de junho de 2016

13 coisas que você não deve dizer à um bariatricado!






por Douglas Amorim

         Toda decisão vem carregada de opositores. Não se pode achar que irá contar com apoio e compreensão de todas as pessoas. E no caso da Bariátrica em específico, os que decidem precisam lidar com a falta de informação e muitas vezes até com o medo dos seus entes queridos. Esses por medo não apoiam e por isso tendem a agir de forma rude em relação à qualquer coisa ligada a cirurgia, e isso, se estende ao pós cirurgia dando origem à muitas coisas desagradáveis de se ouvir.
         Então decidi fazer esse texto para dividir com vocês minha experiência de um bariatricado e também um psicólogo.  


1)      “Nossa, você está com cara de doente”
        A cirurgia bariátrica é feita para corrigir uma doença. A recuperação total leva em média 2 anos. É óbvio que no processo o aspecto do cirurgiado ficará como a de um doente. Isso não é regra, claro. Mas, a grande maioria dos casos tem apontado que isso é verdade quando atinge o ponto máximo de emagrecimento. E acredite, o cirurgiado sabe disso, não há necessidade de dizer. Isso causa muito constrangimento e imagino que você não deseja que ele sinta isso, né?

2)      “Não vai parar de emagrecer?”
          O organismo funciona de forma adaptativa, leva tempo para se adaptar à uma nova rotina alimentar e fora que o paciente passa um longo período testando comidas. Alguns alimentos demoram à caírem bem, carnes por exemplo, e até lá o emagrecimento progressivo será ininterrupto. O que vai ajudar o seu amigo ou parente você dizendo isso?

3)      “Conheço uma pessoa que engordou tudo de novo.”
         E ele conhece outras tantas que fez e nunca mais engordou. Se o seu parente passou por um período de preparação, o que incluiu acompanhamento com nutricionista, psicólogo, médicos, nutrologo, endocrinologista, ele foi alertado sobre esse perigo. Você acha que você dizendo isso irá mudar o que?

4)      “Você nem era tão gordo(a)”
        Se o plano de saúde, os médicos, o manequim acima do 50, o IMC acima dos 35, concordaram que ele estava sim obeso, porque você acha que dizendo isso irá auxiliar em algo?

5)      “Conheço uma pessoa que foi fazer e morreu”
          Sim, e conhecemos um número muito maior de pessoas que morreram de infarto, parada cardiorrespiratória, de complicações a partir de doenças originadas por diabetes. Assim como conhecemos caso de pessoas que engasgou com uma azeitona e morreu, outros que sofreram hemorragia por arrancar um dente. Sério, gente. Compreendemos que você pode estar com medo em perder o seu ente querido, mas esses exemplos guarde para você.

6)      “Você tem uma vida normal?”
        Como assim vida “Normal?” Você acha que o obeso leva uma vida normal? Que comer toneladas é normal? Que sofrer dores e doenças advindas da obesidade é normal? Tudo é questão de adaptação e aceitação. Tenha respeito e paciência com o processo do cirurgiado.

7)      “Você era um(a) gordinho(a) bonita.”
         Essa é uma opinião. E dizer isso subtende-se que você está dizendo que ele(a) não está bonito agora. O que também é uma opinião e nesse sentido, você pode até ser considerado um magro feio, magro bonito, a pergunta que fica é: Quem é que precisa saber isso, ou dizer isso?

8)      “Se você se esforçasse  conseguiria emagrecer sem a cirurgia.”
           Acredite, um obeso passa por anos de luta. Tentam todo tipo de dieta. Emagrecem e engordam um zilhão de vezes e precisam administrar pensamentos de fracasso o tempo todo. Porque sempre tem alguém dizendo que basta se esforçar, que é apenas questão de foco. Se ele optou pela cirurgia é porque foi o meio que encontrou de resolver uma doença. Não era questão de se esforçar um pouquinho mais.

9)      “Você se arrepende?”
    Normalmente o arrependimento é de não ter feito antes. Mas, essa pergunta normalmente já vem carregada com o julgamento que você considera que ele tenha feito uma escolha errada. Porque ao invés dessa pergunta você apenas não pergunte o que melhorou na vida dele, e deixe ele falar o que acha sobre a cirurgia. Afinal, a experiência de ter sido obeso e ter optado pela cirurgia somente ele tem, você não. Então escute, aprenda algo e seja empático.

10)  “Vai comer tudo issoooooo? Vai engordar de novo, hein?!”
      Todo mundo passa por dias que está com mais apetite que outros dias. Com você não é assim? Porque uma pessoa que fez a cirurgia não pode ter dias que deseja simplesmente repetir? Ou comer um pouquinho a mais? Isso significa que ele está fadado à obesidade? Claro que não.

11)  “Você se mutilou”
       Essa é uma das coisas mais grosseiras que pode ser dito à alguém cirurgiado. O que você deseja causar dizendo algo assim? É apenas para fazer o outro se sentir mal? Espero que seja apenas uma desatenção e não algo planejado. Todavia, guarde esse pensamento pra você. E se fossemos pensar assim teríamos que incluir nessa ideia de mutilação pessoas que arrancam o siso, o útero, o vesícula, as amidalas, e tantas outras coisas.

          12)    “Sobrou muita pelanca? Deixa eu ver.”
                Gente, por gentileza. É sério isso? Isso realmente é uma questão sua? É muito        constrangedor ser abordado desse jeito. Porque vocês fazem esse tipo de pergunta com  tanta naturalidade? Essa é uma questão intima, e está ligada ao processo de compreensão emocional do processo de emagrecimento. A pessoa que fez a cirurgia está lidando com inúmeras questões e ser exposta à você, por você, não irá ajudar em nada. Tudo bem que você tenha curiosidade, mas isso não é problema de quem fez a cirurgia.

          13)   “Você virou escravo(a) de medicação, né?”
         Ué, há pessoas que tomam relaxantes musculares, que tomam remédios pra enxaqueca, que toma para TPM e cólicas. Há pessoas que tomam anti-depressivos, muitas vezes sem prescrição médica. O que é isso comparado com vitaminas?


        Quando decidimos pela cirurgia não temos muita ideia de quem irá apoiar ou se opor. Mas, mesmo aqueles que se opõem o que esperamos é compreensão. E que muitas vezes apenas vão até o onde o respeito mútuo permite. Algumas barreiras de bom senso precisam ser muitas vezes impostas, e por mais que tentemos ser equilibrados, muitas vezes precisamos colocar algumas pessoas no lugar delas. Isso sem se desgastar tanto, sem ficar com raiva ou triste. Apenas coloca-las no lugar delas que é o da total ignorância. Não sabem o que é ser obeso e ainda, não sabem nada sobre a cirurgia bariátrica. Se ama mesmo o seu ente querido e/ou amigo que fez a cirurgia, apenas seja empático, e se não conseguir, seja respeitoso. Pense antes de falar: O que isso vai ajuda-lo em seu processo? 

Faça o download do meu E-book Comportamento Bariátrico: Tudo o que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica para manter o controle emocional.



Douglas Amorim é psicólogo, atende em Cuiabá crianças, adolescentes, adultos. Coordena um grupo terapêutico para pacientes no pré e no pós-operatório da cirurgia bariátrica. Há 3 anos realizou a cirurgia bypass e emagreceu 65kg.
 Realiza atendimento online e publica diariamente frases e pensamentos no perfil do Instagram: www.instagram.com/umpsicologoemcuiaba
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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Faça Download Grátis Agora do E-book "Comportamento Bariátrico: Tudo o que você precisa saber sobre a cirurgia para manter o controle emocional."





Já disponível para donwload o e-book "Comportamento Bariátrico: Tudo o que você precisa saber sobre a cirurgia para manter o controle emocional."  Clique no link abaixo e faça o download. O e-book é uma prévia de um material impresso que será lançado no próximo mês. Será um livro com muito mais conteúdo e com a ampliação do conteúdo já exposto no e-book. Haverá contribuição de um nutricionista, psiquiatra e um médico especialista bariátrico. A ideia é enriquecer o candidato à cirurgia, e aqueles que já realizaram, de informações e troca de experiências para que o processo seja mais agradável. O meu intuito é ajudar os pacientes a desenvolverem habilidades emocionais para enfrentar com bom ânimo o processo de mudança, e compreender os impactos da obesidade em suas personalidades e emoções. Se você se sentir melhor lendo, por dia que for, já me sentirei realizado.

Comportamento Bariátrico: Tudo O que você precisa Saber sobre a cirurgia para manter o controle emocional!"

Se você tem interesse em adquirir a versão completa, com mais conteúdo, em formato físico. Preencha o formulário de interesse. Lista de interesse

Caso deseje contribuir financeiramente para que esse e-book se torne livro acesse esse link:
Projeto Comportamento Bariátrico

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-Douglas é psicólogo, atende em Cuiabá crianças, adolescentes, adultos. Coordena um grupo terapêutico para pacientes no pré e no pós-operatório da cirurgia bariátrica. Realiza atendimento online e publica diariamente frases e pensamentos no perfil do Instagram: www.instagram.com/umpsicologoemcuiaba

terça-feira, 14 de junho de 2016

E-book Comportamento Bariátrico: Tudo o que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica para manter o controle emocional!

O lançamento do e-book Comportamento Bariátrico: Tudo o que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica para manter o controle emocional! acontecerá  na quinta-feira, 16/06/2016.  Nele conto um pouco sobre a minha batalha contra a obesidade, e como foi meu processo de emagrecimento após a cirurgia. E ainda divido um pouco de minha prática clínica com pacientes  no pré e pós cirúrgico.
Para ter acessoa o livro, basta clicar no link abaixo fazer um cadastro bem breve e aguardar o e-mail resposta para realizar o download. Lembrando que o lançamento é somente na quinta-feira, (16/06).

link:
Comportamento Bariátrico: Tudo o que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica para manter o controle emocional.

Att, Psicólogo Douglas Amorim

Douglas Amorim é psicólogo, atende em Cuiabá crianças, adolescentes, adultos. Coordena um grupo terapêutico para pacientes no pré e no pós-operatório da cirurgia bariátrica. Há 3 anos realizou a cirurgia bypass e emagreceu 65kg.
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quarta-feira, 8 de junho de 2016

10 coisas que todo Bariatricado gostaria que você soubesse!



Eu tenho 3 anos de bypass, emagreci 65 kgs e ouvi muita coisa que não me ajudou no meu processo. As pessoas às vezes projetam na avaliação que fazem da cirurgia bariátrica suas posições a partir de inverdades sobre ela. Muitas dessas frases que ouvi não foram respondidas da maneira que eu deveria  ter respondido. Me deixaram tristes ou com raiva e só fui adquirir habilidade emocional após certo período. Como sou psicólogo, cuido para desenvolver em mim habilidades emocionais que proporcione eu transformar e filtrar o que eu ouço, para que não seja um gatilho de sentimentos ruins.
Já enfrentamos tantas coisas sendo obeso, não é verdade? Coisas essas que contribuíram para que fosse tomada a decisão em se submeter à cirurgia, e não obter apoio das pessoas pode ser algo que nem todo mundo está preparado pra lidar de forma positiva.
Por isso achei importante escrever sobre Coisas que todo Bariatricado gostaria que você soubesse!

1)     Obesidade é doença.
Quando optei pela cirurgia eu já tinha lutado com todas as ferramentas possíveis. A opção pela cirurgia não vem por conta da onda, não é desistência, não é porque é o caminho mais fácil. Pelo contrário, ela vem para corrigir e eliminar uma doença que não pude vencer sozinho (a).
2)     A cirurgia não é estética (não só).
Se eu me importo com estética? Sim, claro. Por isso corto o cabelo, mantenho as unhas limpas, compro roupas que me caiam bem. Exatamente como você. Mas, optei pela cirurgia porque sei que se não resolver essa questão agora, sofrerei muitas outras doenças que acompanham. Se eu vou ficar feliz de vestir um número 40/38? Com toda a certeza!
3)     Eu sabia das consequências.
Fiz muitas pesquisas sobre a cirurgia e as consequências dela. Conversei com pessoas e profissionais que conhecem muito bem cada coisa “ruim”. Sabia de experiências ruis e experiências ótimas de quem realizou, e ainda assim optei por ela porque me responsabilizei pelo risco.
4)     O processo de recuperação é lento.
Não espere que eu vá comer normal em menos de 1 ano. Sim, alguns alimentos me farão mal, vou entalar, vou vomitar, vou perder o apetite, vou ficar com cara de doente, talvez emagreça demais, talvez sinta dor de gases. Eu sei como está minha aparência e sei que faz parte do processo de recuperação.
 E ainda assim estarei feliz por ter me proporcionado a possibilidade de transformar minha vida. Logo tudo passa, porque sabia que o início era assim mesmo.
5)     Sim, sou uma pessoa normal.
Não há nada de diferente em mim. A não ser que estou em recuperação de uma doença chamada obesidade. Preciso me readaptar, refazer hábitos, mudar comportamento mediante à comida. Mas, se me der fome eu como. Às vezes mais, outras menos... Exatamente como minha equipe médica e profissional disse.
6)     Posso sim comer tudo.
Eu fiz a cirurgia para me auxiliar a emagrecer. Ela é um método de perda de peso rápido. Mas, eu não me transformei em uma árvore. Continuo “gente”, portanto tenho desejo por comida. Como de tudo (ou aquilo que me cai bem), só que em menor quantidade.
7)     Eu vou oscilar o peso e isso é normal até estabilizá-lo.
Eu sei quando eu aparentemente engordei um pouquinho. A balança me avisa sobre isso. E sei também que pode ser inchaço, retenção de liquido, ou apenas engordei mesmo. E isso não tem problema quando é entre dois e quatro quilos. Antes de dois anos não dá pra dizer que estabilizei o peso.
8)      Eu compreendo o que é ser obeso, você não.
Eu conheço os motivos que me fizeram optar pela cirurgia. Sei como é ser obeso em uma sociedade que valoriza a estética. Sei como é ter que trabalhar mais duro que os outros para ser respeitado, sei como é ser a segunda, terceira, quarta opção de alguém. Por isso, até compreendo sua opinião sobre a cirurgia, mas não aceito. Tudo bem ter sobrado um pouco de pele, tudo bem os desconfortos, tudo bem não comer mil pedaços de pizza no rodízio. Eu sei para onde não desejo voltar e isso me deixa feliz.
9)      Sim, posso mudar de comportamento.
Talvez eu tenha mudado mesmo. Porque o meu conceito sobre mim mesmo mudou. Já não há necessidade de me esforçar para agradar. E isso pode ser confundido com outras coisas, mas foi preciso me refazer e isso leva um tempo também.  
10) Eu sei que posso engordar de novo.
Sim, eu sei que posso engordar de novo. Por isso mudei a forma como me relaciono com a comida. Aprendi a saborear e a não comer desesperadamente. Aprendi a comer a quantidade da fome. Aprendi a fazer boas escolhas. E não deletei as fotos antigas. Quero que elas me lembrem do período que havia me abandonado e, como me sinto feliz e realizado hoje por ter ido lá me resgatar.



Muitas coisas ouvimos no nossos processo de recuperação. Precisamos lembrar que é um processo também para as pessoas que nos rodeiam. Elas não compreendem muito bem e precisam ser educadas por nós. As vezes iremos ouvir coisas que não gostamos e, quer saber? Tudo bem! As pessoas falam a partir de sua perspectiva. Elas não sabem o que estão dizendo. Então, para que isso não me faça me sentir mal, o melhor é enfatizar que foi uma decisão muito bem pensada e analisada, e que a opinião dela é apenas a opinião dela. Não se desgaste com essas pessoas, não gastem energia com elas. Gaste energia praticando exercícios, indo até a feira comprar frutas, correndo atrás do cachorro e das crianças que agora você consegue. Gaste energia indo comprar roupas novas naquela promoção que nunca pôde aproveitar. 

Douglas Amorim é psicólogo, atende em Cuiabá crianças, adolescentes, adultos. Coordena um grupo terapêutico para pacientes no pré e no pós-operatório da cirurgia bariátrica. Há 3 anos realizou a cirurgia bypass e emagreceu 65kg.
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quarta-feira, 1 de junho de 2016

12 Coisas que um candidato à cirurgia bariátrica precisa saber antes de ir pra mesa de cirurgia!



1)      Que devo anotar todas as dúvidas e levar para as consultas.
Todo mundo passa por aquele branco típico de quem está ansioso. Antes de cada umas das consultas você têm mais perguntas prontas que um repórter iniciante. Quando está lá, frente ao profissional, some tudo da sua cabeça. Apenas fica concordando com o que está sendo dito. O ideal é você anotar as dúvidas e tirá-las, talvez não tenha tantas oportunidades de estar frente aquele profissional outra vez. E se tem uma coisa que um obeso, candidato à cirurgia, não quer perder é tempo.


2)      Que o tempo entre as primeiras consultas e a cirurgia, é o tempo para que eu possa compreender bem minha decisão.
Ás vezes se deixa consumir pela ansiedade e esquece-se que não se tornou obeso de um dia para o outro. Tão pouco ficará magro de um dia para outro. É um processo e demanda tempo, paciência, comprometimento com a própria decisão e bom humor.

3)      Devo confiar e seguir as recomendações médicas
Os médicos, em grande maioria, são experientes nessa cirurgia. É necessário  ouvi-los e compreender que nenhuma recomendação é em vão. Eles sabem do que que estão falando e podem dizer das consequências e riscos de ignorar uma delas.

4)      Os exames, consultas e laudos não são atoa
Muitas vezes é questionado os motivos de se pedir esse ou aquele laudo, essas dúvidas são comuns. Por isso, pergunte aos profissionais a importância da avaliação, exames e laudos. Vai te ajudar a compreender todo o cuidado que o cirurgião tem antes da cirurgia. Esses exames e laudos são para proteger a sua vida.

5)      Devo pesquisar muito bem sobre o médico escolhido
Converse com pacientes do seu médico. Faça pesquisa junto ao CRM da  sua região.

6)      Preciso conhecer e pesquisar sobre as técnicas
É de suma importância que você pesquise e conheça a técnica que seu médico irá realizar. Muitas vezes é escolhido o médico e não a técnica. Compreender a técnica e como será o processo de emagrecimento, segundo ela, é imprescindível. Isso irá te ajudar a manter a calma e esperar o tempo correto.

7)      Conversar com pessoas que fizeram a cirurgia
Conversar com as pessoas faz com que você crie expectativas boas, e te ajuda a conhecer as precauções necessárias do processo como um todo. Ajuda também a manter a ansiedade sob  controle e o medo também.

8)      Que se eu desejar me manter magro (a) terei que mudar meu comportamento
Você é obeso por conta de mal hábitos. Tão raro encontramos pessoas que desenvolveram a obesidade por conta de  uma outra enfermidade. E ainda assim se formos observar as raízes, descobriremos que foram mal hábitos. A tua relação coma comida precisará modificar após a cirurgia. Já ouvi de alguns pacientes que dizem que estão realizando a cirurgia para poderem comer o que querem sem engordar. Ledo engano. A cirurgia é para auxiliara a emagrecer, o que irá fazer durante o processo de emagrecimento no que tange mudança de pensamento, é o que irá te manter magro.

9)      Que há consequências
Há grandes mudanças me esperando. A tendência é se focar nas questões boas do pós cirúrgico, como a possibilidade de vestir-se, de se sentir mais disposto, de uma melhor auto-estima. E as consequências acabam sendo esquecidas ou colocadas de lado. E é exatamente isso que provoca os “textões arrependidos” nos grupos do facebook. Há muitos riscos em se optar pela cirurgia e se você não estiver disposto a enfrentar cada um deles de cabeça erguida, com bom ânimo e coragem, irá se arrepender antes mesmo dos primeiros MLs da fase liquida.


10)   Que não preciso contar para todo mundo que irei fazer a cirurgia
O caminho até a cirurgia é muito desgastante. Muita espera, muita dúvida e não são todas as pessoas que possuem uma rede de apoio. Muitas vezes os familiares  e amigos, por medo de perder um ente querido, tentam desencorajar o candidato.  Deve-se observar bem com quem pode contar, e para quem deve-se contar que está se preparando.

11)   Que sou  capaz de dominar meus sentimentos
Que sou capaz de dominar minhas vontades, desejos, ansiedade, medo e qualquer outra coisa a partir de uma decisão racional. E a partir da minha compreensão de tudo o que foi tratado nesse texto. 

12)   Que  o acompanhamento psicológico pós cirúrgico é fundamental
Muitas pessoas formularam toda sua existência, personalidade, hábitos e vontades como uma pessoa obesa. O processo de mudança da imagem pode desestabilizar tudo isso. O apoio psicológico não serve para apenas auxiliar o paciente a se manter magro, mas para, sobretudo, auxiliar no processo de ressignificação de si mesmo. Compreensão do impacto que os excessos faziam em sua vida e a não transpor os hábitos nocivos de uma coisa para outra.


Tenha carinho por seu processo. Compreenda que seu organismo é diferente de outras pessoas. Não se compare com outras pessoas. Siga acreditando que tudo depende da forma como você encara. 
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Douglas Amorim é psicólogo, atende em Cuiabá crianças, adolescentes, adultos. Coordena um grupo terapêutico para pacientes no pré e no pós-operatório da cirurgia bariátrica. Há 3 anos realizou a cirurgia bypass e emagreceu 65kg.
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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Gorditude: Porque o obeso é "obrigado" a ser feliz?






Hoje(23/05) no programa Encontro com Fátima Bernardes foi tratado sobre o preconceito enfrentado por quem é obeso. 

O tom adotado é a reprodução do que os obesos enfrentam e vivem suas vidas todas.  Muitas pessoas vivem a vida inteira como obesas e formulam sua personalidade e comportamentos sociais em cima dessa condição. 

Não atoa o obeso se sente na obrigação de assumir uma postura de orgulho por ser gordo. Ele precisa demonstrar que é feliz. A felicidade vira uma obrigação como compensação por "não apresentar outro atrativo". 

Acaba se posicionando em papeis criados socialmente para que ele esteja. Para que ele seja. Ele precisa ser engraçado, ou ser "limpinho", ou "pelo menos ter o rosto bonito". É como viver uma deficiência em que tem que utilizar essas muletas sociais. Não há espaço para que ele seja exatamente o que ele é. 

Não podem ter um dia de mal humor, ou serem tímidos porque já são taxados de depressivos, não podem ter um dia mais reflexivo porque precisa fazer todos rirem o tempo todo. Aqueles que estão em processo de emagrecimento ou em processo para a cirurgia bariátrica, são alertados por seus amigos e familiares a não perderem sua essência, como relatam alguns pacientes que chegam em meu consultório. Como se as mudanças fossem proibidas à eles. Talvez o medo é que eles se destaquem por outras coisas, inclusive pelo físico. 

Ao que parece há uma adaptação social para o obeso. Uma vida criada para ele. Existe lugares específicos para comprar roupas, existe cadeiras especificas no cinema, no ônibus,  e existe  uma vida especifica também. Há impossibilidade de não ser outra coisa que uma pessoa que é "gordo mais é feliz."

Essa visão imposta tem criado muitas pessoas realmente infelizes, que por fora cumprem todo o seu papel para não importunar a sociedade com suas questões, mas,  por dentro estão tristes e muitas vezes com uma depressão mascarada. 

Isso é tão verdade que muitos pacientes bariátricos continuam sustentando e reproduzindo o discurso que fizeram a cirurgia pela saúde, como se responderem que foi por estética estarão cometendo um pecado contra a gorditude, e que era um gordo feliz.  

Vejo, por ser psicólogo e também por ter feito a cirurgia, o quão perigoso e criminoso é essa imposição socialmente feita às pessoas obesas. Muitas delas, para mostrar que são felizes acabam inclusive se submetendo a relacionamentos destrutivos, com pessoas que as humilham, por querer mostrar para as pessoas que levam uma vida "normal". As estatísticas de divórcios pós cirurgia estão aí para corroborar. 

O que quero dizer com esse texto não é que você precisa ser triste, ou inconformado com sua situação obesa, o que estou tentando dizer é que você pode ser o que você quiser. Não ter obrigações sociais que te levam a tomar decisões que sua alma discorda. 

Quanto ao programa da Fátima, vemos claramente os sacrifícios que as pessoas fizeram para serem consideradas "gordos felizes." Isso precisa parar! 


-Psicológo Douglas Amorim CRP 18/01648
Faço acompanhamento online de pessoas que realizaram e irão realizar a cirurgia.
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